Por Redação da Folha – A Agência Nacional de Águas (ANA) determinou, esta semana, um aumento expressivo da vasão nas comportas do açude de Coremas. Desde essa quarta-feira, 25, a vasão foi alargada para 3 metros cúbicos por segundo, quase duas vezes mais de que o volume que vinha sendo liberado nos últimos três meses.
O aumento da vasão deve contribuir para uma queda ainda maior no volume do açude, que hoje apresenta o nível hídrico mais baixo de sua história e preocupa por ser um reservatório muito debandado, abastecendo dezenas de cidades na Paraíba e Rio Grande do Norte, e que, para piorar, ficou fora da Transposição do Rio São Francisco por influência política da região de Sousa e Cajazeiras, que resolveu priorizar o rio Piranhas e excluir o Piancó do projeto inicial da obra.
Conforme informações apuradas pela Folha, a decisão da ANA de aumentar a vasão das comportas do açude é motivada por interesses de cidades do Rio Grande do Norte que são abastecidas pelo reservatório e que têm grande força política. Enquanto isso, no Vale piancoense, onde o açude está situação, várias cidades enfrentam colapso hídrico por negligência governamental, a exemplo de Itporanga e Piancó, cuja parte do seu território está dentro da bacia do açude. A queda no volume também compromete a qualidade do líquido e prejudica ainda mais a população de Coremas, que consome água sem tratamento por omissão do governo.
Segundo ainda informações, esse aumento da vasão é temporário e deve ir somente até este sábado, 28, retornando à liberação ao volume anterior de 1,7 metro cúbico por segundo. No entanto, com o agravamento da estiagem no segundo semestre, a demanda por água deve aumentar e um risco de colapso em Coremas já é avaliado como possível, o que seria desastroso. Foto: açude apresenta o mais baixo volume de sua história.
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