Doença corresponde a 47% das infecções respiratórias diagnosticadas nas últimas quatro semanas.
A Paraíba está entre os estados onde foi constatado o aumento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causados pela Covid-19. O dado faz parte de um estudo divulgado nesta sexta-feira (18) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Além da Paraíba, a doença está em ritmo de crescimento em Alagoas, Amazonas, Ceará, Goiás, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo
O boletim destaca ainda que a doença corresponde a 47% das infecções respiratórias diagnosticadas nas últimas quatro semanas, com tendência de alta.
A análise tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe), do Ministério da Saúde, até o dia 14 de novembro. Para o pesquisador da Fiocruz e coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, o cenário reforça a importância de a população atualizar o esquema vacinal contra a doença.
Taxa de transmissão da Covid-19 em alta na Paraíba
A análise feita pela Universidade Federal da Paraíba sobre a taxa de transmissibilidade da Covid-19 está em alta no estado. A Estimação do Número Reprodutivo Efetivo mostra que a cada 100 pessoas diagnosticadas com a doença no território paraibano, 361 são infectadas.
Neste boletim foi registrado 01 óbito, ocorrido nas últimas 24h.
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) registrou, nesta quarta (27), 161 casos de Covid-19. Entre os casos confirmados neste boletim, 09 (5,59%) são moderados ou graves e 152 (94,41%) são leves. Agora, a Paraíba totaliza 601.704 casos confirmados da doença, que estão distribuídos por todos os 223 municípios. Até o momento, já foram realizados 1.510.269 testes para diagnóstico da Covid-19.
Neste boletim foi registrado 01 óbito, ocorrido nas últimas 24h. Assim, o estado totaliza 10.207 mortes. O boletim registra ainda um total de 445.881 pacientes recuperados da doença.
Óbitos
O óbito divulgado neste boletim ocorreu no dias 26 de abril, em hospital público. A vítima é um homem de 84 anos, residente no município de Santa Rita, com histórico de hipertensão e tabagismo.
Cobertura Vacinal
Foi registrado no Sistema de Informação SI-PNI, a aplicação de 8.675.089 doses. Até o momento, 3.500.289 pessoas foram vacinadas com a primeira dose (86,24% do total) e 3.284.158 completaram os esquemas vacinais, o que representa 80,91% da população total do estado. Do total de vacinados com o esquema primário completo, 3.198.484 tomaram as duas doses e 85.674 utilizaram imunizante de dose única. Sobre as doses adicionais, foram aplicadas 46.450 em pessoas com alto grau de imunossupressão e 1.824.944 doses de reforço na população com idade a partir de 18 anos. A Paraíba já distribuiu um total de 9.430.248 doses de vacina aos municípios.
Ocupação de leitos Covid-19
A ocupação total de leitos de UTI (adulto, pediátrico e obstétrico), em todo estado, é de 5%. Fazendo um recorte apenas dos leitos de UTI para adultos na Região Metropolitana de João Pessoa, a taxa de ocupação chega a 0%. Em Campina Grande, estão ocupados 0% dos leitos de UTI adulto e no sertão, 0% dos leitos de UTI para adultos. De acordo com o Centro Estadual de Regulação Hospitalar, apenas um paciente foi internado nas últimas 24 horas. Ao todo, 42 pacientes estão internados em uma unidade pública de referência para a covid-19.
Medidas mais restritivas devem ser tomadas no novo decreto que será emitido pelo governo da Paraíba.
O Ministério Público Federal na Paraíba (MPF-PB) vai encaminhar uma ata para o governo da Paraíba com orientações sobre as medidas de combate a Covid-19 que devem estar no próximo decreto – a expectativa é que o documento seja publicado na próxima segunda-feira (31).
De acordo com a procuradora do MPF-PB, Janaina Andrade, na reunião que ocorreu neste sábado (29), entre o órgão, saúde, e setores de shows e eventos, houve um entendimento de que novas regras para situações que envolvem público em massa devem ser tomadas. A procuradora, no entanto, não revelou quais medidas seriam adotadas. No último documento houve a liberação de uma capacidade maior de público em shows e eventos.
“É necessário ter uma reformulação da forma e execução de eventos de massa no estado. A vigilância sanitária detectou que participantes de eventos não cumprem as normas sanitárias, ainda que haja a orientação dos organizadores dos eventos”, afirmou Janaina Andrade.
Ainda que o MPF não tenha divulgado, a tendência é que medidas mais restritivas sejam tomadas no novo decreto que será emitido pelo governo da Paraíba. É que o estado vive uma nova alta da covid-19. Nos últimos três dias, foram registrados, consecutivamente, mais de 3 mil casos da doença.
“Após ouvir, em reunião, o segmento de realização shows e eventos e também os órgãos sanitários e toda a exposição do cenário epidemiológico da pandemia na Paraíba, o Ministério Público irá lavrar uma ata da reunião e encaminhar ao estado para que faça suas avaliações junto com sua equipe técnica.”, completou.
Homem de 38 anos, que teve sintomas leves de Covid-19, permaneceu por 232 dias com o vírus
Redação
28/01/2022 07:03
(Foto: Pixabay)
Um homem de 38 anos, que apresentou durante 20 dias sintomas leves de Covid-19, permaneceu por 232 dias com o novo coronavírus sendo detectado no organismo e sofrendo mutações. Se não tivesse recebido acompanhamento médico constante, mantido distanciamento social e usado máscara, poderia ter disseminado o patógeno por mais de sete meses.
O caso atípico de infecção pelo coronavírus faz parte de um grupo de 38 pacientes acompanhados semanalmente, no início da pandemia, por pesquisadores da Plataforma Científica Pasteur-USP (PCPU).
Os pacientes foram seguidos até que dois ou três testes consecutivos de RT-qPCR dessem negativo.
O estudo (clique para ler na íntegra, em inglês) apoiado pela FAPESP e publicado na revista Frontiers in Medicine, é um alerta sobre o risco de liberar pacientes com Covid-19 após sete, dez ou mesmo 14 dias do teste positivo, como previam os protocolos iniciais de combate ao coronavírus.
Além disso, reforça a necessidade da vacinação e de se manter o distanciamento social e o uso de máscaras.
Transmissão mesmo sem sintomas
“Dos 38 casos que acompanhamos, dois homens e uma mulher foram atípicos, permanecendo mais de 70 dias com o vírus detectável no organismo. Podemos dizer que cerca de 8% dos infectados pelo coronavírus podem apresentar capacidade de transmissão do vírus por mais de dois meses, sem necessariamente apresentar qualquer sintoma durante a fase final da infecção”, explica Marielton dos Passos Cunha, primeiro autor do estudo.
“Queríamos saber se 14 dias eram realmente suficientes para que o vírus deixasse de ser detectável. Verificamos que não. Em média, pode demorar um mês para que o teste dê negativo e, em alguns casos desse estudo, a positividade se estendeu de 71 a 232 dias”, conta Paola Minoprio, uma das coordenadoras da PCPU e líder do estudo.
Outras evidências
Esta não é a primeira evidência de que mesmo em pacientes com sintomas leves o vírus pode permanecer ativo no organismo por mais tempo do que o esperado.
No início de 2021, pesquisadores do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (IMT-USP) analisaram 29 amostras de secreção nasofaríngea de pessoas que testaram positivo para Covid-19.
O material foi coletado em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) no décimo dia após o início dos sintomas e, em laboratório, inoculado em culturas de células. Em 25% dos casos, o vírus presente nas amostras se mostrou capaz de infectar as células e de se replicar in vitro.
Portanto, pessoas que tivessem contato com gotículas de saliva expelidas por esses pacientes no período em que o material foi coletado ainda poderiam ser contaminadas.
Grupo tem maior risco
O risco parece ser ainda maior no caso de indivíduos com algum tipo de comprometimento do sistema imune. Pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP descreveram, em junho do ano passado, um caso de infecção que durou ao menos 218 dias.
O paciente, de aproximadamente 40 anos, havia passado por um tratamento agressivo contra o câncer antes de contrair a Covid-19.
Em novembro de 2020, foi descrito no New England Journal of Medicine o caso de um portador de doença hematológica autoimune – também do sexo masculino e na faixa dos 40 anos – que albergou o vírus replicante em seu organismo durante 143 dias.
E em artigo publicado na Cell, foi relatado o caso de uma mulher com leucemia em cujo organismo o SARS-CoV-2 continuou se replicando por ao menos 70 dias, embora ela não manifestasse mais sintomas de COVID-19.
Ainda assim, o Ministério da Saúde reduziu nesta semana o tempo de isolamento de dez para sete dias no caso de pessoas com sintomas leves a moderados. O período de quarentena pode ser reduzido para cinco dias caso o paciente esteja sem sintomas e faça um novo teste com resultado negativo.
No fim de 2021, o Centro de Controle de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, reduziu de dez para cinco dias o tempo recomendado de isolamento para assintomáticos, desde que prossigam com o uso de máscara e testem negativo para a doença. FONTE PORTAL CORREIO
No total, a última semana apresentou 8.911 casos confirmados de coronavírus no estado.
A Paraíba registrou nos últimos sete dias uma média de quase 1,3 mil casos confirmados de Covid-19 por dia. Entre domingo (16) e sábado (22) houve um aumento de 3.298% de casos, em números gerais (não em média móvel), saindo de 66 (no domingo passado) casos para 2.243 casos confirmados (no sábado).
No total, a última semana apresentou 8.911 casos confirmados de coronavírus no estado. Em relação a semana anterior, que registrou 2.805 casos, houve um crescimento de 6.106 casos.
Isso representa um aumento de 217,6% nos casos de Covid-19, comparando duas semanas na Paraíba. Vale lembrar que na quarta-feira (12), não houve divulgação dos dados por problemas na plataforma do Ministério da Saúde.
Gestores de todo o Brasil têm uma tarefa no mínimo complicada a ser realizada nos próximos meses: organizar o carnaval. Com o avanço da vacinação e liberação gradual de público em bares, restaurantes e casas de festa, parte da população anseia pelo primeiro evento de massas após a pandemia da covid-19 que assolou o mundo em março do ano passado.
Ao mesmo tempo, também cresce nas redes sociais movimentos contrários à realização do carnaval. Na Paraíba, a questão é vista com muita cautela pelo Governo do Estado. Apesar da organização dos eventos ser de ordem municipal, cabe à gestão estadual estabelecer as diretrizes sanitárias que os municípios devem seguir.
Em entrevista ao ClickPB, o secretário de Saúde, Geraldo Medeiros, alertou que a taxa de transmissão (RT), uma das principais referências sobre a evolução da pandemia, está acima de 1 em todas as regiões do estado, o que é considerado “preocupante”.
“Mais uma vez temos que reforçar a importância de continuar usando máscaras, mantendo o distanciamento físico e evitando que as pessoas promovam reuniões e festas dentro de casa com 40 ou 60 pessoas, achando que dentro de casa não se contamina. Nós temos vários relatos de famílias inteiras contaminadas em decorrência de um aniversário”, disse.
O atual decreto estadual tem validade até o fim deste mês. Até lá, o Governo do Estado deve novamente avaliar o cenário epidemiológico para divulgar as novas regras do combate à covid-19 para o mês de dezembro. Porém, de acordo com o secretário, já é possível afirmar que o carnaval na Paraíba em 2022 será diferente de outros anos.
“É claro que nós não poderemos ter um carnaval igual ao que nós tínhamos antes da pandemia. Nós estamos vendo aí o exemplo da Europa, com a volta do número de casos diários e de mortos. Então, nós iremos analisar todo esse contexto em relação a mega eventos como o carnaval. Na orla de João Pessoa, por exemplo, veremos se será possível ou não”, finalizou.