terça-feira, 24 de outubro de 2017

BOMBA :PREFEITO PARAIBANO É DENUNCIADO POR PEDIR R$ 100 MIL DE PROPINA A EMPRESÁRIO .ASSISTA !


No vídeo, o prefeito interino Luiz Antônio diz que tem R$ 100 mil no carro e pede mais R$ 100 mil ao empresário, alegando que é para divulgação de conteúdo
O Ministério Público do Estado da Paraíba (MPPB) recebeu, nessa segunda-feira (23), denúncia contra o prefeito interino de Bayeux, Luiz Antônio, por tramar contra o prefeito afastado Berg Lima e pedir R$ 100 mil de propina a empresário dono de fábrica de tintas em Santa Rita, Ramom Acioly. A informação foi divulgada com exclusividade pelo programa Tribuna Livre, apresentado pelo jornalista Fabiano Gomes. A transação foi gravada em um vídeo, divulgado pela TV Arapuan nesta manhã.
No vídeo, o prefeito interino Luiz Antônio diz que tem R$ 100 mil no carro e pede mais R$ 100 mil ao empresário, alegando que é para divulgação de conteúdo de vídeo que comprometeria Berg Lima. Na conversa ele garante ao empresário que Berg cairia do cargo de prefeito.
"A ideia é estourar, porque quando estourar o Ministério Público vai ter que bater em cima", diz o prefeito interino Luiz Antônio. O vídeo foi gravado na sede de uma fábrica de tintas em Santa Rita, no dia 4 de junho deste ano, dia que antecedeu a prisão de Berg Lima, que aconteceu no dia 5 de junho.

Fonte ClickPB

INGERIR BEBIDA ALCOÓLICA NOS AJUDA A FALAR MELHOR UM IDIOMA ESTRANGEIRO?


24/10/17 - 11:32

 

Se você fala um segundo idioma, pode ter acontecido a seguinte situação: em uma conversa, você se atrapalha ao tentar encontrar as palavras e a pronúncia adequadas. Pode não se lembrar e acaba dizendo o que queria de forma atropelada.
Porém, há pessoas que afirmam se sentir melhor ao falar um segundo idioma quando bebem algo alcoólico. As palavras parecem fluir melhor, uma frase se liga à outra de forma fluente, como um falante nativo.
Essa sensação não é apenas uma impressão subjetiva, segundo pesquisa publicada no "Journal of Psychopharmacology". De acordo com o estudo, beber uma pequena dose de álcool melhora a nossa capacidade de falar um segundo idioma.
Embora seja verdade que o álcool interfere em nossa memória e atenção, além de poder causar dependência, ele também diminui a inibição, aumenta a confiança em nós mesmos e reduz a ansiedade social.
Segundo a pesquisa, essas características se traduzem em uma melhora na capacidade linguística de interagirmos com outras pessoas.
Até agora, a ideia desse efeito era aceita popularmente, mas não havia estudos ou base científica para colocá-la à prova.
Pesquisadores da Universidade de Liverpool e do King's College, ambas no Reino Unido, e da Universidade de Maastricht, no Holanda, tentaram medir se o álcool ajuda ou não quando nos arriscamos em um idioma estrangeiro. Para isso, eles convocaram um grupo de 50 alemães que aprenderam a falar, escrever e ler em holandês recentemente.
Parte dos alunos recebeu uma bebida alcoólica (a quantidade dependia do peso da pessoa). Outra parte dos estudantes não bebeu nada.
Os participantes começaram então a conversar com holandeses -- esses não sabiam quem havia bebido álcool ou não. Eles avaliaram o desempenho dos alunos seguindo uma série de critérios.
Uma análise dos dados mostrou que quem ingeriu álcool teve um resultado menor na categoria de pronúncia. "Nosso estudo mostra que o consumo de álcool pode ter efeitos benéficos na pronúncia de uma língua estrangeira em pessoas que a aprenderam recentemente", disse Inge Kersbergen, coautor do estudo e pesquisador do Instituto de Psicologia, Saúde e Sociedade da Universidade Liverpool.
O estudo apontou, no entanto, que o álcool não influenciou a forma como os estudantes avaliaram seu próprio desempenho.
Os pesquisadores também afirmaram que os benefícios eram resultado da ingestão de uma quantidade reduzida de álcool. Beber excessivamente, eles acrescentam, talvez não nos ajude a se pronunciar melhor.

Fonte: G1

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

PEQUENAS CAMINHADAS TAMBÉM AJUDAM A REDUZIR MORTALIDADE ,DIZ PESQUISA.....


19/10/17 - 

 

Mesmo pequenas caminhadas estão associadas a menor mortalidade, informa pesquisa publicada no “American Journal of Preventive Medicine” nesta quinta-feira (19). Segundo o estudo, quem não puder fazer o que é exigido por diretrizes de saúde pública, pode colher algum benefício.
Atualmente, diretrizes recomendam pelo menos 150 minutos de atividade física moderada por semana (ou 75 minutos de atividades intensas), mas poucos são os adultos que seguem a recomendação. Por isso, cientistas estão testando se recomendações menores poderiam surtir algum efeito.
Segundo o estudo, se o indivíduo conseguir atingir o mínimo recomendado duas vezes no mês (ou seja, conseguir caminhar cerca de duas horas semanais em pelo menos duas semanas no mês), ele atinge uma redução da mortalidade em 20%.
Para chegar a esse número, pesquisadores analisaram dados de cerca de 140 mil participantes de um estudo de prevenção do câncer. Após corrigir dados para outros fatores de risco (como obesidade e cigarro), eles encontraram que mesmo uma caminhada de menos de duas horas semanais contribuiu para uma redução na mortalidade geral por todas as causas.
Caminhadas foram mais fortemente associadas com uma redução de mortalidade por doenças respiratórias, com um risco de morte aproximadamente 35% menor.
Em segundo lugar, estão mortes por doenças cardiovasculares (com um risco 20% menor). Em terceiro, está o risco de câncer, que contou com uma redução de 9%.
A pesquisa foi liderada pela pesquisadora Alpa Patel, epidemiologista associada à American Cancer Society, nos Estados Unidos. Alpa realiza pesquisas sobre como o estilo de vida pode impactar a prevenção do câncer.
Ela encoraja que médicos recomendem que pacientes façam o que for possível de atividade física.
"Em 2030, o mundo vai ter o dobro de adultos com 65 anos ou mais", diz Alva Patel. "Médicos devem encorajar pacientes a caminhar, mesmo que em quantidades menores à recomendada", diz.

Fonte: G1

CIENTISTAS FRANCESES DESCOBREM POSSÍVEL CAUSA DA DISLEXIA .....


19/10/17 - 

 

A dificuldade com as palavras é o principal dos sintomas: as letras ficam se embaralhando durante a leitura, o que torna tarefas como interpretar textos e colocar ideias no papel bem mais complicadas. Entram na lista também problemas de memorização, coordenação – como distinguir entre esquerda e direita, por exemplo – e organização espacial.
Apesar dos percalços causados pela dislexia serem amplamente conhecidos e afetarem 700 mil pessoas no mundo, os cientistas ainda não sabiam dizer o que exatamente determinava o problema. Mas um novo estudo, publicado no Proceedings of the Royal Society B, reivindica ter matado a charada. A descoberta foi feita por pesquisadores da Universidade de Rennes, na França, que analisaram os olhos de 60 cobaias, metade delas disléxicas e o restante sem o distúrbio. Os resultados mostraram que o fator que determina se uma pessoa é disléxica ou não pode estar escondido dentro do olho humano.
Pense em destros e canhotos: nosso olho obedece uma dinâmica parecida. Para enxergar o mundo, o cérebro costuma se guiar apenas por um dos olhos, chamado de “olho dominante”. Funciona mais ou menos assim: ao receber dois sinais diferentes para uma mesma imagem (um de cada olho), nossa central de comando costuma ignorar um deles e se basear só pelo outro – o dominante, no caso.
O que determina a escolha? O formato das células receptoras de cada olho, que estão lá só para captar a luz do ambiente e transformá-la em um sinal para o cérebro. As principais são os cones (responsáveis pelas cores) e bastonetes (focados nos níveis de luminosidade), que se encontram dentro da retina.
Nos olhos de pessoas sem dislexia, o olho dominante é facilmente identificável, já que há diferenças claras de formato nas células fotorreceptoras em cada uma das retinas. Enquanto num dos olhos elas são redondas, as do outro têm forma mais alongada – o que os torna dominantes sobre as outras.
O estudo mostrou que, para a maioria dos disléxicos, essa diferença não existe: todos os cones têm o formato circular. Essa padronização faz com que nenhum olho assuma a tal da dominância. Isso coloca o cérebro em um dilema, deixando-o indeciso sobre qual das duas imagens usar. Essa indecisão explicaria os problemas dos disléxicos.
O grande avanço do estudo foi mostrar uma maneira para contornar essa situação, borrando uma das imagens para facilitar o trabalho do cérebro. Primeiro, os pesquisadores descobriram que há um intervalo de tempo entre a imagem primária, vista pelo olho, e a imagem espelhada, recriada pelo cérebro. A partir disso, eles criaram um método para borrar a imagem extra, que tanto confunde quem tem dislexia.
A técnica para resolver o impasse foi bastante simples: apontar uma lâmpada de LED para os olhos das cobaias já foi suficiente para que algumas sentissem o efeito. Os pesquisadores, porém, propõem mais testes até que a técnica esteja pronta para servir a qualquer pessoa com dislexia.

Fonte: Superinteressante

TIROS FAZ MAIS UMA VÍTIMA EM SÃO JOSÉ DE PIRANHAS ....


    O jovem José Felipe Lopes de Oliveira, de 20 anos, morador do Catolezinho, em São José de Piranhas, morreu vítima de tiros na noite desta quarta-feira (18). Ele foi baleado com pelo menos seis disparos quando estava deitado em uma rede em uma casa dentro da quadra do popular conhecido como Rapazinho (avô da vítima), na saída para a cidade de Monte Horebe.

    Segundo informações de familiares, dois homens teriam pulado o muro e efetuado os disparos. O jovem foi socorrido pelo Samu e levado para o Hospital Municipal de São José de Piranhas, onde foi atendido e entubado. Ele perdeu muito sangue.

    Depois foi reconduzido em uma Unidade Móvel de Suporte Avançado para o Hospital Regional de Cajazeiras, onde não resistiu a gravidades dos ferimentos e foi a óbito.

    Os motivos do homicídio e os envolvidos ainda são desconhecidos, até o fechamento desta reportagem. 

    Tribuna10
    Radar Sertanejo

    quarta-feira, 18 de outubro de 2017

    MORTE DE PROFESSORA COMOVE POPULAÇÃO DE SERRA GRANDE NAS PRIMEIRAS HORAS DESTA QUARTA -FEIRA ....


    A unidade escolar deverá suspender as atividades nesta quarta e quinta para dar apoio aos familiares. A prefeitura decretará luto oficial por três dias.
    A notícia do falecimento precoce da professora municipal Itamara Pereira Zuza, na madrugada desta quarta-feira (18), comoveu toda a população da cidade de Serra Grande (PB).
    Itamara de apenas 49 anos, passou mal e foi socorrida por volta de 1h da madrugada, porém, faleceu após um possível ataque cardíaco. Ela era servidora da Escola Acadêmico Francisco Vidal De Moura, onde lecionava as disciplinas de português e inglês.
    A unidade escolar deverá suspender as atividades nesta quarta e quinta para dar apoio aos familiares. A prefeitura decretará luto oficial por três dias.
    Fonte Diamante Online

    terça-feira, 17 de outubro de 2017

    BANCO DO BRASIL GASTARÁ R$ 1 MILHÃO PARA REFORMAR AGÊNCIA ARROMBADA PERTO DO VALE DO PIANCÓ ....


    O Banco do Brasil não revelou o valor em dinheiro levado pelos assaltantes.
    O deputado federal Wilson Filho (PTB) revelou na tarde desta segunda-feira (16) que o Banco do Brasil deve gastar em torno de R$ 1 milhão para deixar a agência da cidade de São José de Piranhas mais uma vez pronta para funcionar.
    Na madrugada desta segunda (16), homens fortemente armados, destruíram grande parte do prédio, cofres, caixas eletrônicos, móveis, computadores e outros equipamentos da agência que foi dinamitada pelos bandidos. O Banco do Brasil não revelou o valor em dinheiro levado pelos assaltantes.
    O parlamentar se reuniu nesta segunda (16) com a diretoria do Banco do Brasil em Brasilia, afim de viabilizar com rapidez as primeiras providências para que agência não fique por muito tempo fechada.
    Fonte Radar Sertanejo

    SITUAÇÃO DE DESIGUALDADE DAS MULHERES AMEAÇA DESENVOLVIMENTO MUNDIAL ,CONCLUIR RELATÓRIO DA ONU ....


    17/10/17 - 

     

    O aumento das desigualdades e falhas na proteção dos direitos das mulheres, em especial as mais pobres, são grandes ameaças ao cumprimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, de acordo com o novo relatório do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), divulgado mundialmente nesta terça (17).
    Em mais de 140 países analisados, as mulheres enfrentam desigualdade não apenas financeira, mas especialmente na saúde e na garantia de direitos sexuais e reprodutivos, o que acarreta consequências em praticamente todos os sentidos.
    De acordo com as conclusões do relatório, intitulado “Mundos Distantes: Saúde e direitos reprodutivos em uma era de desigualdade”, a situação enfraquece o progresso dos países e ameaça inclusive a paz e o desenvolvimento econômico global.
    A demanda de planejamento reprodutivo não atendida nos países em desenvolvimento afasta mulheres do mercado de trabalho e reduz seus rendimentos. Entre os dados apontados, é verificado que, em pelo menos 34 países, a disparidade aumentou entre 2008 e 2013, com a renda dos 60% mais ricos da população crescendo mais rapidamente do que a dos 40% nas camadas inferiores. Além disso, dos 142 países cobertos pelo índice em 2016, em 68 a disparidade de gênero se mostrou maior que a do ano anterior.
    As mulheres têm ainda mais probabilidade de ficarem desempregadas do que os homens. No mundo todo, 6,2% das mulheres estão desempregadas, em comparação aos 5,5% dos homens. As maiores diferenças no desemprego de homens e mulheres estão no norte da África e nos Estados Árabes. Nas duas regiões a taxa de desemprego de mulheres jovens (44%) é quase o dobro da taxa para homens jovens.
    Outro fator apontado é que, globalmente, mulheres ganham 77% do que os homens ganham, e se as tendências atuais continuarem, levará mais de 70 anos até que a disparidade de salário por gênero seja eliminada.
    Também na educação, que pode levar a melhores condições de trabalho e desenvolvimento econômico - pessoas analfabetas ganham até 42% a menos que suas contrapartes alfabetizadas -, mulheres sofrem desvantagem: da população mundial estimada de 758 milhões de adultos analfabetos, cerca de 479 milhões são mulheres e 279 milhões são homens.
    Outro aspecto negativo é a questão da proteção. Quarenta e seis das 173 economias analisadas em um relatório do Banco Mundial em 2015 não tinham qualquer lei contra violência doméstica, enquanto 41 não tinham leis sobre assédio sexual.
    Em suas conclusões, o relatório propõe 10 ações para um mundo mais igualitário, incluindo cumprir compromissos e obrigações com direitos humanos de tratados e convenções internacionais, derrubar leis e normas discriminatórias e que possam impedir que mulheres tenham acesso a informações e serviços de saúde sexual e reprodutiva, estender assistência pré-natal e materna essencial às mulheres mais pobres e atender a demanda de planejamento reprodutivo.
    Outras medidas indicadas são oferecer garantia de renda básica e serviços essenciais, inclusive relacionados à maternidade, eliminar obstáculos econômicos, sociais e geográficos ao acesso de ensino para meninas e mulheres, acelerar transição de empregos informais para formais e eliminar situações de desigualdade através de políticas públicas, entre outras.

    Fonte: G1

    A ASCENSÃO DA HOMEOPATIA......


    17/10/17 - 

     

    Goiás enfrentou a pior epidemia de dengue de sua história no ano passado, com um aumento de 563% nos casos da doença em relação a 2012. Mas, em 25 municípios, houve uma queda de até 65% nos registros de novas infecções. A razão para o descompasso estaria em duas gotinhas de um complexo homeopático, distribuídas em postos de saúde a 200 mil pessoas dessas cidades. O remédio a conta-gotas não evita a infecção, mas reduz os sintomas ao ponto de o infectado nem perceber que contraiu o vírus. Os resultados nada homeopáticos da ação, liderada pela Secretaria Estadual de Saúde, levaram outros 75 municípios a aderir à campanha no final do ano passado. Em 2014, moradores de cem cidades goianas terão à disposição as gotinhas quatro vezes ao ano. “Como não têm contraindicação, todo mundo pode tomar, incluindo bebês e gestantes”, diz o médico Nestor Furtado, diretor-geral do Hospital de Medicina Alternativa, de Goiânia, onde é feita a medicação. Outra vantagem é o custo: um frasco com 300 doses custa R$ 1,60, menos que um cafezinho.
    Outros locais, como São José do Rio Preto, em São Paulo, e Macaé, no Rio, também distribuíram a medicação contra a dengue, desenvolvida pelo homeopata pediátrico Renan Marino, professor da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto.
    Marino foi o primeiro a lançar a ideia. Em 2001, uma ação na cidade paulista deu o medicamento a 20 mil pessoas de um dos bairros com mais focos do mosquito e ajudou a derrubar em 80% o registro de novas infecções – sem nenhum de dengue hemorrágica. O mesmo ocorreu em Macaé, que reduziu em 62% os casos de dengue entre 2007 e 2009.
    São José do Rio Preto voltou a fazer a campanha em 2007, mas o secretário de Saúde do Estado na época entrou com um pedido na Justiça para cancelar o mutirão porque não havia comprovação científica da eficácia das gotinhas. A campanha cessou, mas a população não parou mais de recorrer ao homeopático antidengue, aprovado pela Anvisa um ano depois da polêmica. Testes feitos com o composto mostraram que o número de plaquetas em ratos aumentou três vezes após seu uso. Plaquetas em alta ajudam na coagulação sanguínea, o que explica o efeito na prevenção da dengue hemorrágica.
    A história do controverso remédio contra a dengue ilustra as dificuldades que a homeopatia enfrenta até hoje. Apesar de ser o segundo sistema médico mais usado do mundo, perdendo apenas para a alopatia, ela ainda luta para dar aval científico aos seus princípios pouco convencionais. A medicina tradicional combate uma doença com remédios que provocam o oposto dos sintomas. A depressão é tratada com antidepressivos, uma inflamação com anti-inflamatórios – e assim por diante. Já a homeopatia usa substâncias que causam os mesmos efeitos da doença. A beladona, por exemplo, é uma planta que causa febre alta e é receitada para tratar… febre alta. “Quando uma doença se instala, é sinal de que o sistema imunológico não consegue mais reconhecer a doença como um inimigo”, diz o médico homeopata Marcus Zulian Teixeira, professor de Medicina da USP. “A homeopatia dá ao paciente uma doença artificial para tratar uma doença real. É como dar um tapa no organismo e dizer: “Acorda!”.
    Mas, para evitar que a febre piore muito – e o tapa vire um nocaute -, a beladona e os outros princípios ativos da homeopatia são diluídos em água. Na homeopatia, a diluição é a alma do negócio – e, para os críticos, seu grande problema. Samuel Hahnemann, fundador da homeopatia, criou um sistema de diluição que consiste em diluir uma gota do princípio ativo em 99 gotas de água, sucessivas vezes. A diluição final é representada pelo número de centesimais hahnemannianas (CH). Os remédios homeopáticos costumam estar a 30 CH, para não agredir o paciente. O problema é que, segundo as leis da química, uma diluição dessas não contém sequer uma molécula do princípio ativo. A diluição de qualquer matéria a mais de 12 CH é suficiente para que a solução vire pura água. E agora?
    O mistério da água
    Bom, a explicação sobre o funcionamento dos remédios homeopáticos pode estar justamente na água. Os homeopatas acreditam que os compostos homeopáticos ainda guardariam uma “memória” do princípio ativo nela diluído. E alguns experimentos dão suporte a essa hipótese. Um trabalho publicado em 2003 na revista científica Physica A mostrou que, ao ser congelado, um copo com cloretos de sódio e de lítio diluídos até quase desaparecerem guardava diferenças ao ser comparado à água pura. A avaliação foi feita com uma técnica de termoluminescência, que detecta a estrutura de substâncias sólidas. Em 2005, uma pesquisa na Nature confirmou o achado, mas revelou que a água só armazena as propriedades de substâncias diluídas por 50 femtossegundos (1 femtossegundo equivale a 1 bilionésimo de milionésimo de segundo). Ou seja, a memória da água seria tão curta que nem poderia ser chamada assim.
    Mas a falta de uma explicação sobre seu mecanismo de ação não ofusca a popularidade da prática. No Brasil, entre 2007 e 2012 houve um aumento de 10% nas consultas homeopáticas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), oferecidas em mais de 400 postos no País. E a descoberta publicada na Nature também não sepultou as esperanças de provar o mecanismo de ação da homeopatia. Um novo estudo em 2009 mostrou que, em alguns casos, a memória da água pode durar um pouco mais: 48 horas.Mas não há consenso. “A relevância desses estudos para provar os alegados efeitos da homeopatia permanece duvidosa”, afirma o médico Edzard Ernst, pesquisador da Universidade de Exeter, especializado em investigar a eficácia das terapias alternativas.
    A falta de provas do efeito das gotas diluídas leva à conclusão de que o benefício da homeopatia é apenas psíquico, ou seja, placebo. “A melhora dos pacientes tende a estar relacionada a efeitos não específicos, como placebo, a história natural da doença ou a regressão espontânea dos sintomas”, diz Ernst. Em 2005, uma revisão de mais de 200 estudos concluiu que o efeito dos remédios homeopáticos não era superior ao de comprimidos de farinha. A revelação levou o The Lancet a declarar “O fim da homeopatia”. Foi um dos golpes mais duros que a prática recebeu desde 1796, quando Hahnemann lançou seu primeiro texto sobre o assunto.
    Mas não demorou muito para a pesquisa ser criticada até por quem não simpatiza com a prática. A análise reuniu 110 estudos em homeopatia, mas excluiu 102. Entre os únicos oito incluídos na revisão, os remédios homeopáticos foram reprovados. Os autores da revisão não deixaram claros os critérios usados para analisar menos de 10% do total de estudos e fazer uma conclusão tão demolidora. Em 2011, o governo da Suíça chegou ao resultado oposto: os medicamentos ultradiluídos têm, sim, resultados superiores ao placebo em vários casos, especialmente no tratamento de infecções respiratórias e alergias. Dos 29 estudos avaliados sobre o tratamento dessas doenças, 24 mostraram resultados favoráveis à homeopatia.
    No Brasil, o médico homeopata Sergio Furuta, pesquisador da Unifesp, testou a homeopatia em crianças na fila de espera para a cirurgia de remoção das amígdalas no Hospital São Paulo. Ele dividiu as 40 crianças em dois grupos. Metade tomou placebo, a outra metade, homeopatia. Em quatro meses, cerca de 70% das crianças tratadas com homeopatia saíram da fila, porque pararam com as amigdalites de repetição. No SUS de Jundiaí, no interior de São Paulo, a homeopatia foi comparada ao Prozac no tratamento da depressão. Os pacientes que receberam compostos homeopáticos apresentaram melhora semelhante aos tratados com o antidepressivo em oito semanas, sem os temidos efeitos colaterais – como perda de libido, ganho de peso ou insônia. O mais interessante foi que cada paciente recebeu um remédio homeopático diferente. É que, ao prescrever a medicação, o homeopata leva em conta sintomas que a medicina convencional costuma ignorar e os inclui na formulação do composto. “A depressão faz parte de um conjunto alterado de sintomas. Enxaqueca, fadiga, dor e outros sinais acabam influenciando no quadro depressivo”, diz o médico homeopata Ubiratan Adler, que conduziu o estudo.
    A maior atenção do médico ao paciente é a principal diferença da homeopatia para o modelo médico convencional e suas consultas vapt-vupt. Mas se torna também um problema na hora de desenvolver estudos controlados. “A homeopatia é muito mais eficaz quando é feita de modo individual porque seu foco é o doente, não a doença. Mas os modelos de pesquisa costumam dar um mesmo composto homeopático a um grupo de voluntários indiscriminadamente. Assim, fica bem mais difícil provar a sua eficácia”, diz o pesquisador Marcus Teixeira, da USP.
    As longas consultas são um ponto a favor da prática e, em alguns casos, tão ou mais poderosas do que as gotinhas ultradiluídas. Em 2011, homeopatas do Reino Unido concluíram que as consultas, e não os remédios, estavam associados à melhora de pacientes com artrite. O achado faz sentido: quem não se sente melhor depois de ser interrogado e ouvido horas a fio por um médico? A novidade é que esse conhecido efeito placebo das consultas não é trivial. “Os rituais terapêuticos ativam no cérebro as mesmas moléculas acionadas pela maioria das drogas”, disse o cientista Fabrizio Benedetti, que investiga a neurobiologia do efeito placebo, à revista da Universidade Harvard. Logo, a homeopatia também potencializa o poder da crença. Há mais de 200 anos, o criador da homeopatia considerava as idiossincrasias de cada paciente fatores de primeira ordem na prescrição de um tratamento.
    Seja como for, é cada vez mais comum ter bons resultados ao se associar a homeopatia com a alopatia. “A alopatia é rápida nos casos agudos, e a homeopatia é especialmente útil nos casos crônicos, em que a doença sempre volta após o tratamento alopático”, diz Teixeira. Somados, os benefícios das duas são maiores que o de cada uma sozinha.
    A homeopatia
    Origem
    Criada pelo alemão Samuel Hahnemann no século 18 com base no princípio da semelhança descrito por Hipócrates no século 4 a.C..
    Principais indicações
    Tem eficácia comprovada para diversos tipos de problema, como alergias, diarreia infantil, dengue, enxaqueca e fibromialgia, transtornos de atenção (TDAH) e prevenção de infecções respiratórias.
    Contraindicações
    Não existem.
    Teoria polêmica
    A homeopatia é baseada na “lei dos semelhantes”: uma substância que causa determinado sintoma em uma pessoa saudável pode curar esses mesmos sintomas em um doente se for ingerida em doses muito pequenas.
    Por que funciona
    Segundo os defensores da prática, as diluições e agitações sucessivas serviriam para retirar o efeito danoso das substâncias usadas nos compostos homeopáticos, deixando restar apenas uma dose infinitesimal, que serve para alertar o sistema imunológico do paciente.
    Por que não funciona
    Críticos da homeopatia contestam a hipótese de que a água teria a capacidade de reter uma “memória” das substâncias nela diluídas. Até agora, a ciência não conseguiu reproduzir esses testes nem provar como essa suposta capacidade de reter informação tem algum efeitono organismo.

    Fonte: Superinteressante

    TERAPIA GENÉTICA PARA O CÂNCER DEVE CHEGAR AO BRASIL EM 2018 ......


    17/10/17 - 

     

    A estratégia de editar geneticamente nossas células de defesa para que elas "aprendam" a combater o câncer parece não estar tão longe do alcance dos brasileiros. Aprovada nos Estados Unidos comercialmente no final de agosto, a terapia que promete ser um salto importante na oncologia está na mira de vários centros no país e um deles reuniu condições para trazer a terapia no ano que vem -- depois de levar pacientes brasileiros para instituições de excelência fora do país.
    Foi o que aconteceu com Márcia D'Umbra, de 50 anos, que venceu um melanoma agressivo após se submeter a este tipo de tratamento em Israel (veja sua história mais abaixo).
    Enquanto o Inca (Instituto Nacional do Câncer), público, que tem estudos em cobaias com a terapia desde os anos 1990, busca financiamento para levar a terapia adiante, o Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, privado, anuncia que deve fazer os primeiros tratamentos experimentais no Brasil em 2018. O hospital separou uma sala especial para isso e já tem pesquisadores nos Estados Unidos em treinamento. A ideia é ser o primeiro centro de terapia genética do câncer na América Latina.
    O investimento do Einstein para começar a terapia por aqui está avaliado em US$ 7 milhões (mais de R$ 22 milhões) -- com US$ 2 milhões (cerca de R$ 6,3 milhões) destinados a uma sala especial de esterilização. "É uma estimativa genérica porque, mais importante que a infraestrutura, vão ser os investimentos em pesquisa", diz Wilson Pedreira, diretor do Centro de Oncologia do Einstein.
    Fora do país, o custo dos tratamentos para os pacientes gira em torno de US$ 300 mil (cerca de R$ 945 mil), como mostra detalhamento abaixo.
    O G1 entrou em contato com o Hospital Sírio Libanês e com o A.C Camargo, outros centros de referência no tratamento do câncer no Brasil, e nenhum dos dois apresentou projetos a curto prazo para implementar essas novas terapias. "As barreiras são financeiras e tecnológicas", disse Yana Novis, coordenadora de onco-hematologia do Centro de Oncologia do Hospital Sírio- Libanês.
    A primeira das novas terapias para o câncer que deve chegar ao Einstein é a TIL, indicada para o melanoma. Mais para frente, serão disponibilizados protocolos de CART-CELL, imunoterapia que tem apresentado bons resultados em leucemias. Essas terapias, no entanto, ainda deverão ser regulamentadas por órgãos reguladores e comitês de pesquisa.
    De qualquer modo, segundo especialistas ouvidos pela reportagem, não se trata de anunciar uma terapia longínqua, fruto de um otimismo um tanto precipitado: de fato, a imunoterapia genética, façanha que desde os anos 1980 tem sido apontada como o "sonho" da medicina no câncer, pode ser a diferença entre a remissão e a cura no tratamento de tumores no país.
    Trata-se de um salto estratégico muito mais que apenas mais uma novidade em tratamentos. A medicina com a imunoterapia genética tem a possibilidade de fazer com que o corpo "aprenda" a combater o tumor caso ele volte -- técnica que é bem diferente de eliminar células cancerígenas por meio de cirurgia ou quimioterapia.
    "Essa é uma terapia que ficou quente nos últimos anos porque os resultados em leucemia foram muito promissores", diz Martin Hernan Bonamino, pesquisador do Inca e coordenador do grupo de câncer da Fiocruz.
    "É o mesmo conceito hoje da Aids, o câncer pode deixar de ser letal e ser controlável. As terapias estão caminhando nesse sentido", diz Wilson Pedreira, diretor do Centro de Oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein.
    "São as células-soldado do sistema imune que entram em ação contra o tumor”, diz Antonio Carlos Buzaid, oncologista do Einstein e do Hospital Beneficência Portuguesa.
    Não à toa o número de estudos clínicos que estão investigando a nova estratégia é alto e, se considerarmos os números de estudos ainda em andamento, a probabilidade de novas descobertas serem feitas nos próximos anos é ainda maior.
    Em consulta feita no dia 20 de setembro no clinicaltrials.gov, plataforma que cadastra estudos clínicos em todo mundo, havia o registro de 382 estudos clínicos com CART-Cell, com 195 deles recrutando pacientes e 75 deles completados.
    Como qualquer nova terapia, contudo, os desafios também são novos -- muitos deles desconhecidos da oncologia até agora.
    As principais estratégias
    Disponível apenas para alguns tipos de câncer, são três as principais estratégias de terapias celulares: CART-Cell, disponível para leucemia; T CELL "Engendrado", pesquisada para melanoma e sarcoma; e TIL, usada também para o melanoma. Confira como funciona cada uma delas:
    1 - CART-Cell
    A estratégia da CART-Cell consiste em habilitar linfócitos T, células de defesa do corpo, com receptores capazes de reconhecer o tumor. O ataque é contínuo e específico e, na maioria das vezes, basta uma única dose.
    Indicações até agora: Linfomas e leucemia linfoide aguda (o câncer mais comum em crianças). Nas leucemias em crianças, a taxa de sucesso dessa terapia é alta (superior a 50%, em média).
    Onde o processo está mais avançado: Estados Unidos.
    Preço: Os processos são experimentais. Nos Estados Unidos, no entanto, é possível pagar para entrar no protocolo. Por lá, a terapia sai por US$ 300 mil (cerca de R$ 945 mil) em média.
    2 - T CELL 'Engendrado'
    O processo é parecido com o do CART-Cell. A diferença aqui é que, enquanto a célula de defesa reconhece antígenos (partícula que deflagra a produção de um anticorpo específico) na superfície do tumor, o T CELL engendrado é capaz de reconhecer antígenos mais profundos que são processados e apresentados na superfície da célula cancerosa.
    Onde está sendo estudado: National Institute of Health (Estados Unidos).
    Indicações com mais sucesso até agora: Melanoma (câncer grave de pele) e Sarcoma sinovial (tumor das partes moles).
    Estimativa de custo: Não há ainda. Os resultados são bem preliminares mas há pacientes aparentemente curados com essa técnica.
    3 - Terapia 'TIL'
    O processo consiste em retirar o tumor do paciente e extrair as células de defesa (linfócitos T que infiltram o tumor), cultivá-las em laboratório, expandir em grande quantidade e depois reinjetá-las no paciente.
    Ao contrário do CART-Cell, não há terapia genética e o processo tende a ser mais seguro (embora ainda seja bem mais complicado que as terapias convencionais).
    Onde está sendo estudada: Israel, Holanda e Estados Unidos; no Brasil, o Hospital Israelita Albert Einstein planeja para o próximo ano iniciar os tratamentos dos primeiros pacientes.
    Indicação: Melanoma, com taxa de cura em torno de 30% dos casos
    Preço estimado: US$ 200 mil em Israel ( cerca de R$ 630 mil)
    Um caso de cura
    Ava Christianson já tinha passado por várias rodadas de quimioterapia e estava pronta para mais uma. Acabou se tornando um dos casos mais repercutidos de cura pela nova terapia chamada de CAR T-Cell.
    O procedimento, de acordo com reportagem do "The Washington Post", demorou cinco minutos no Centro Clínico dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH) -- na época, a garota tinha 8 anos e convivia com a doença desde os 4 anos. A remissão da doença começou um mês depois.
    O rápido procedimento passado por Christianson é a injeção de suas próprias células T, parte fundamental do nosso sistema imunológico. Elas foram modificadas para rastrear e matar as células tumorais.
    Christianson era a paciente teste de nº de 18 do NIH, que ainda é o centro-chefe das pesquisas sobre o novo tratamento. Os resultados positivos direcionaram à aprovação pela FDA, órgão similar à Anvisa dos EUA. A Novartis, empresa que possui a patente, informa que a taxa de remissão nestes casos é, em média, de 83%.
    Brasileiros buscam solução fora
    Já existem pacientes brasileiros que viajaram para o exterior atrás de uma cura com a terapia. Márcia D'Umbra, de 50 anos, sobreviveu a um melanoma agressivo após se submeter ao tratamento do TIL, em Israel, há 5 anos. "Quando vou ao consultório, o médico brinca: estou quase achando que você está curada". "Era a única chance que ela tinha", diz Antonio Buzaid, do Einstein, que ajudou Márcia a conseguir o tratamento em Israel.
    "Depois de Israel, não tinha mais o que fazer no meu caso. Era uma situação de total risco", diz Márcia.
    Antes da viagem a Israel, Márcia tentou todos os protocolos clínicos para o tratamento do melanoma no Brasil. Passou por quimioterapia e por medicamentos de ponta disponíveis para a condição, como o ipilunumab. A família também chegou a procurar um tratamento nos Estados Unidos, mas Márcia não correspondia a todos os critérios para entrar no protocolo.
    Com o melanoma em metástase, Márcia chegou a ter dois tumores no sistema nervoso central. Cinco anos após a terapia em Israel, ela conta da vida normal que passou a levar, livre dos tumores que tinham se espalhado por seu corpo.
    "Quando eu fiquei doente, eu tinha metástase cerebral, eu não podia mais dirigir, eu perdi todo o domínio da minha vida, de tudo. Hoje eu tenho uma vida normal", relembra.
    As dificuldades do tratamento
    Apesar de já estar disponível para algumas condições e se revelar promissor, na prática, o processo do tratamento da terapia genética é bastante complexo e desafiador. Por esse motivo, poderá levar algum tempo até que o procedimento esteja disponível para mais tipos de câncer.
    Veja abaixo algumas das barreiras ainda a serem vencidas:
    Efeitos colaterais: estudo publicado na "Nature Review Clinical Oncology” alerta para efeitos colaterais letais da terapia -- como a toxicidade neurológica e o inchaço no cérebro. Uma outra questão é a chamada "síndrome de liberação de citoquinas (SIR)", resposta imune progressiva que causa sintomas semelhantes à gripe, mas com potencial fatal nos pacientes.
    Especificidade: para garantir o sucesso da terapia, os cientistas modificam o linfócito T para que ele seja capaz de reconhecer uma estrutura específica do tumor. Isso é, ao mesmo tempo, o motivo do sucesso e do eventual fracasso da terapia, pois caso essa estrutura utilizada para "ativar" o linfócito não seja de fato específica e, por algum motivo, o paciente tenha a presença desses antígenos em alguma outra parte do corpo, a terapia perde a sua especificidade. Resultado: a célula de defesa também poderá atacar células do corpo saudáveis, uma vez que o linfócito está treinado para reconhecer especificamente essa estrutura e não o tumor por inteiro.
    "Esse é um processo muito complexo e é por esse motivo que a terapia não está disponível para mais condições", diz Antonio Carlos Buzaid, oncologista. "Não é para todo mundo porque ela será desenhada para tumores específicos."
    "Um estudo clínico que testou a terapia para o controle de câncer de mama com antígeno HER 2 acabou não funcionando por esse motivo. Uma paciente que tinha um pouquinho desses receptores no pulmão morreu com o órgão totalmente destruído em horas".
    Precocidade: de acordo com Yana Novis, coordenadora de onco-hematologia do Centro de Oncologia do Hospital Sírio- Libanês, ainda não há tempo suficiente em testes para avaliar os efeitos do tratamento a longo prazo no corpo humano.
    "Muito importante quando se mexe com engenharia genética é tentar entender o que esse tipo de terapia pode, quem sabe, trazer de impacto no futuro", disse.
    "Os estudos são todos precoces e os pacientes precisam ser acompanhados em um período de tempo mais longo. Precisamos ver se, além de trazer a cura, podemos trazer algum outro impacto na vida do paciente", explicou.
    "Isso porque quando você está ativando todo um sistema imune pra combater um câncer, você não tem tanto controle sobre ele. É uma preocupação que todos têm com a terapia CAR-T. Pode ser que não aconteça nada, mas pode ser que esse sistema imunológico desregulado por nós para curar uma doença possa causar outra no futuro”, aponta.
    Logística: Atualmente, as terapias celulares estão sendo voltadas especificamente para cada paciente. "Isso é um desafio logístico importante, já que as células têm que ser transportadas, modificadas e devolvidas. O reparo leva de 20 a 30 dias", relata o oncologista do Inca.
    Novo x convencional
    Na forma convencional, o tratamento dos cânceres sanguíneos é feito com quimioterapia. Já no caso de câncer com órgãos sólidos, de acordo com o oncologista Márcio Paes, pode-se fazer uma cirurgia para a retirada do tumor e também usar a radioterapia.
    "Realmente é um tratamento ainda muito tóxico. Cai o cabelo, causa fraqueza, náuseas. A radioterapia pode dar uma sensação de queimadura e fadiga", explica, sobre os métodos convencionais.
    Por outro lado, o médico diz que o mecanismo das novas terapias pode causar um efeito inflamatório porque o corpo "luta" contra si mesmo.
    "Para os tratamentos novos, há uma expectativa muito boa de que possam causar poucos efeitos colaterais. Mas há riscos. Pode haver reações graves que podem levar o paciente à UTI. O efeito é uma reação inflamatória grave, mas sem queda de cabelo, por exemplo".
    "É um tratamento menos tóxico e com uma taxa de resposta positiva maior", completa.
    Regulamentação
    A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) informa que não houve um pedido formal para o uso da terapia genética no Brasil. Com isso, as terapias celulares seriam aplicadas em caráter experimental – nesse caso, sob a supervisão do Conep (Comitê Nacional de Ética em Pesquisa), que deve aprovar o protocolo em que cada terapia será utilizada.
    Para deixarem de ser experimentais, os serviços deverão pedir aprovação na Anvisa e também passar pela Comissão de Novos Procedimentos do Conselho Federal de Medicina.
    Além disso, mesmo quando aprovadas, as terapias celulares só serão usadas em pacientes que não responderem aos tratamentos tradicionais, já que se trata de um processo mais invasivo e extremamente complexo.
    Preços e o desafio para o SUS
    Os preços para terapia celulares fora do país estão avaliados em US$ 300 mil (cerca de R$ 945 mil) em média -- um valor que tem por base o preço do transplante de medula óssea.
    Segundo Martin Bonamino, do Inca, apesar de aparentemente altos, os custos da terapia não estão tão fora do conjunto de terapias mais modernas para o câncer -- medicamentos como o "Trastuzumabe", por exemplo, terapia biológica usada para o tratamento do câncer de mama, tem um custo que varia entre R$ 20 a 30 mil mensais.
    Ainda, a terapia genética teria uma vantagem quanto ao número de sessões necessárias: o trastuzumabe geralmente é usado por 18 meses; já a maior parte das terapias celulares em andamento, tem potencial para serem utilizadas uma única vez.
    Bonamino indica que o maior desafio será a chegada dessas terapias no sistema público. Para serem ofertados no SUS, diz ele, uma alternativa seria a fabricação dessas terapias no Biomanguinhos (laboratório público ligado à Fiocruz). "É fundamental que a gente tenha a capacidade de também produzir esses tratamentos por aqui", diz.

    Fonte: G1

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