Excesso de cálcio nos neurônios também pode contribuir para o surgimento da doença de Parkinson, mostra estudo publicado na "Nature Communications" nesta segunda-feira (19).
Pesquisadores da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, demonstraram que o mineral permite que células neuronais se ligue à uma substância tóxica, a alfa-sinucleína.
A hipótese é que a relação entre esses dois compostos provoque a morte dos neurônios.
A alfa-sinucleína é uma proteína que, em excesso, está associada ao desenvolvimento da doença de Parkinson.
Com técnicas de microscopia de alta resolução, cientistas conseguiram entender um pouco melhor o papel dessa substância.
Ela está envolvida nas ligações químicas que fazem com quê um neurônio se comunique com outro, já que eles não se tocam.
A proteína também influencia o movimento de moléculas dentro e fora das terminações nervosas dos neurônios.
A doença de Parkinson
A condição faz parte do grupo das doenças neurodegenerativas. Com isso, a morte dos neurônios explica em parte a doença, assim como o Alzheimer.
No caso do Parkinson, a morte de neurônios ocorre em uma região que produz altas quantidades de dopamina. A substância comunica o cérebro sobre as necessidades de movimento do corpo.
Tremores são os sintomas mais visíveis, mas há também dificuldades de movimento e de fala. Não há cura, mas medicamentos amenizam o desconforto.
A descoberta do papel do cálcio
Com a microscopia, cientistas conseguiram isolar espécie de bolsas "sinápticas".
São nessas bolsas que os neurônios armazenam substâncias que vão permitir a comunicação entre uma célula e outra.
Esses "comunicadores" são conhecidos como neurotransmissores. Nos neurônios, o cálcio desempenha um papel de liberação desses compostos.
No entanto, o que os pesquisadores observaram é que, quando elevados, os níveis de cálcio acabam por puxar a "a alfa-sinucleína" para perto dessas bolsas de compostos.
"Esta é a primeira vez que vimos que o cálcio influencia a forma como a alfa-sinucleína interage com as vesículas sinápticas", afirma Janin Lautenschl, primeiro autor do estudo e professor do Departamento de Biotecnologia de Cambridge, em nota.
"Há um equilíbrio fino de cálcio e da alfa-sinucleína na célula, e quando há muito de um ou outro, o equilíbrio é quebrado, levando à doença de Parkinson", disse Amberley Stephens, coautor do estudo, em nota.
Eles acreditam que esse desequilíbrio de ter causas genéticas ou o uso de medicamentos que alteram os níveis de cálcio no organismo.
Fonte: G1
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