
“Nos conhecemos por conta do destino. Eu trabalhava em um parque de diversões como locutor de um bingo esportivo. Em uma determinada noite, chamando o sorteio, lá estava ela, com uma amiga, olhando pra mim. Fixamos os olhares e depois que terminou minha noite de trabalho, conversamos. Nos conhecemos neste dia e estamos juntos até hoje”, disse Marcelo. Wanice era estudante, e o encanto provocado pelo encontro foi descrito como “magia”.
O casal se reuniu, começou a namorar. Daí vieram três filhos e uma família. Wanice e Marcelo se orgulham do laço construído. Há cerca de 10 anos, Wanice se apresenta em quadrilhas, e, nos últimos 5, convidou o companheiro. Marcelo 'caiu na dança' e parece não ter a intenção de largar a diversão. Sendo assim, os dois tornaram-se quadrilheiros e 'embalam' parte das vidas ao som do autêntico forró pé-de-serra.
É no bairro da Ilha do Bispo, em João Pessoa, que a euforia do casal e converte em passos bem marcados pelo ritmo. O que antes era uma coreografia, com duas pessoas, agora envolve os cinco integrantes da família. Isso porque os filhos Ana Carolina (15), Jaysla Emilly (13) e Wesley Philipe (10) participam diretamente das apresentações, seja nas encenações ou bastidores e até entre os bailarinos da quadrilha Xamêgo Arretado.
Para Marcelo, a união entre quadrilha, dia dos namorados e o período junino consiste na afirmação da base familiar. “Hoje a quadrilha representa uma forma de unir nossa família. Com ela brincamos o São João de forma sadia. Nos curtimos, fazemos amizade e adoramos acompanhar os nossos amigos”, completou.
O dia dos namorados para o casal é uma data para compartilhar e celebrar o amor. “Chegamos a sair para brincar com nossos amigos e é uma data em que a gente se ama mais. Ela nos transmite afeto e amor que a cada ano que passa fica mais forte. É uma data que nunca vai ser despercebida, sempre passamos juntos, tentando a cada nos aproximar mais ainda”, detalhou.
“A gente não deixa o fogo junino se apagar. O bom da vida é dançar o forró e lembrar de tudo aquilo que a gente passou”, finalizou Wanice. E como em um ritual de espírito, o casal de diverte e faz questão de passar o dia dos namorados se preparando para as próximas apresentações.
Quadrilha também é um caso de amor
A Xamêgo Arretado nasceu da falta de uma agremiação que representante o período junino na Ilha do Bispo. O bairro passou cerca de 10 anos sem uma quadrilha própria. Com o intuito de manter o elo entre a população e a cultura nos arraiás da Paraíba, os 37 integrantes defendem que as tradições locais devem ser preservadas.
Ao Portal T5, um dos idealizadores do grupo, José Roberto, disse que o projeto surgiu em decorrência da necessidade de avivar o sentimento de regionalismo.
"Inicialmente começamos no bairro da Torre e trouxemos para a Ilha do Bispo, pois percebemos que o bairro não tinha representantes", afirmou. Ainda de acordo com ele, a comunidade abraçou o projeto e se integrou ao movimento junino. "É um grupo pra movimentar o período na comunidade. Assim surgiu a Xâmego Arretado, antes éramos Riacho Fundo, mas, fizemos um projeto novo, ela renasceu. Iniciamos o trabalho em outubro de 2017", completou
"São cerca de 70 pessoas, incluindo o apoio. Destes, 90% nunca dançou quadrilha, mas estamos com um pensamento muito grande. É um caso de amor", finalizou Roberto.
T5
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