TRANSFORMANDO LIXO EM JOGOS : PROJETO DA UFPB REAPROVEITA RESÍDUOS ELETRÔNICOS
Alunos e professores de engenharia ambiental e elétrica fazem trabalho de divulgação sobre descarte correto dos materiais.
Projeto da UFPB reaproveita peças de resíduos eletrônicos que seriam descartados — Foto: TV Cabo Branco
Um projeto da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) reaproveita lixo eletrônico que seria descartado de maneira errada para dar outra finalidade aos materiais.Os resíduos são transformados em jogos manuais e educativos, que podem ser utilizados por crianças e adolescentes.
O projeto "Tree" é desenvolvido por estudantes e professores dos cursos de engenharia ambiental e elétrica. Campos de futebol de botão, jogos de memória e outros tipos de brincadeiras são alguns dos exemplos do que o grupo reaproveita. A iniciativa também faz divulgação da causa ambiental e oferece oficinas para ensinar como reaproveitar os resíduos.
Materiais utilizados
Materiais descartados são utilizados para fazer jogos e outros equipamentos em projeto — Foto: TV Cabo Branco
Um dos participantes do projeto, Emanuel Gomes, explica que materiais de computador podem ser utilizados para fazer um campinho de futebol de botão.
“Nós desenvolvemos esse mini-campo que é baseado em um campo de futebol de botão. A gente pegou as placas-mãe dos computadores, soldou elas completamente e utilizamos para fazer o campo. Para fazer os jogadores, pegamos alguns capacitores, porque no processo de solda pode quebrar e colocamos aqui”, disse.
Além desse brinquedo, também é possível fazer uma espécie de jogo de memória para as crianças, que consiste em especificar em um card um equipamento eletrônico, como uma placa-mãe e o jogador ter que encontrar o correspondente.
“Nos últimos anos, expandimos nosso público para crianças e adolescentes. O jogo da memória é um exemplo disso. Indicamos aqui o equipamento eletrônico (em um card) e o jogador tem que achar o par desse equipamento. Nos cards, na explicação, tem dizendo como os elementos descartados irregularmente são prejudiciais para a natureza”, explicou João Marcos, outro estudante do curso que participa da iniciativa.
Importância do projeto
Professora explica importância do projeto para reaproveitar resíduos eletrônicos — Foto: TV Cabo Branco
Como explica a professora de engenharia ambiental que toca o projeto, Elisângela Rocha, os materiais que o projeto aproveita, se tivessem sido descartados irregularmente, trariam danos muito graves para a natureza.
“O lixo eletrônico não pode ser descartado de forma alguma no lixo comum, porque ele contém metais, que contém elementos químicos que quando são destinados no lixo comum vão se misturando e podem ser liberados. Se for descartado em um terreno baldio, também vão ficar lá sendo acumulados”, disse a professora.
O professor de engenharia elétrica, Ademar Virgolino, disse ainda que o projeto surgiu com a necessidade de divulgar esses detalhes sobre a dificuldade que o descarte irregular pode gerar no meio ambiente.
“Quando eu entrei na UFPB surgiu essa ideia de criar o projeto para divulgarmos nas escolas públicas como é que a gente faz para descartar esse material corretamente, e a partir disso a gente começou. Montamos palestras lúdicas e fomos nas escolas para fazer essa divulgação. Depois disso, foram surgindo novas necessidades, como oficinas que a gente consegue fazer um tratamento de resíduo eletrônico”, disse.
Parceria com Emlur
Um dos pontos de coleta de materiais por parte do projeto fica localizado na Empresa Municipal de Limpeza (Emlur). O superintendente do órgão, Ricardo Veloso, diz que caso os materiais que devem ser descartados forem muito grandes e não puderem ser dispensados nos pontos de coleta da instituição, é possível fazer com que um veículo adequado vá até um endereço indicado, por meio de aplicativo.
“Caso seja um equipamento de maior porte, aparelhos de ar-condicionado, televisão, é possível fazer o agendamento por meio do aplicativo ‘João Pessoa na Palma da Mão’, onde nós vamos encaminhar um veículo cata-treco, que vai fazer a retirada desse material”, explica Veloso.
O superintendente também diz que empresas podem fazer o descarte adequado desses equipamentos em conjunto com lojas que comercializam o material.