ACOMPANHIA AÉREA MALAYSIA AIRLINES ANUNCIA DEMISSÃO DE 6 MIL TRABALHADORES.

KUALA LUMPUR - A companhia aérea Malaysia Airlines vai cortar quase um terço de sua força de trabalho formada, atualmente, por 20 mil pessoas e reduzir suas rotas globais como parte de uma reestruturação depois do impacto causado pelos dois desastres com aviões da empresa. As mudanças anunciadas nesta sexta-feira, são uma tentativa de melhorar a eficiência para a empresa que tem acumulado perdas.
O corte de 6 mil postos de trabalho foi mais alto do que o esperado pela indústria e marca um novo e doloroso golpe na equipe depois de um ano traumático para a aérea. O fundo estatal Khazanah, dona da maioria das ações da Malaysia Airlines, disse que investiria em cursos de qualificação para aqueles que perderam os empregos.
Azman Mokhtar, diretor administrativo do fundo estatal Khazanah durante a conferência em que anunciou oficialmente as 6 mil demissões - Charles Pertwee / Bloomberg
— Eventos trágicos recentes e dificuldades em curso na Malaysia Airlines criaram uma tempestade perfeita que está permitindo que esta reestruturação ocorra — disse, a repórteres, o diretor administrativo da Khazanah, Azman Mokhtar.
A Khazanah, que atualmente tem 69% das ações da companhia aérea, vai passar a controlar 100% delas quando os papéis da aérea deixarem de ser negociados em bolsa — o que vai acontecer até o fim do ano. No mês passado, a estatal disse que desembolsaria 1,4 bilhão de ringgits (a moeda malaia), o equivalente a mais de US$ 444 milhões, para comprar os papéis de acionistas minoritários.
PLANO PREVÊ INVESTIMENTO DE US$ 1,9 BILHÃO
O plano de reestruturação, que foi aprovado pela cúpula da Malaysia esta semana, os ativos e dívidas serão transferidos para uma nova companhia na qual a Khazanah vai injetar US$ 1,9 bilhão.
Segundo a Khazanah, o objetivo é recuperar os lucros da aérea até 2017 e voltar a negociar as ações da empresa dentro de cinco anos, quando ela terá se tornado uma companhia mais focada nas rotas regionais “com menor custo estrutural e mais ênfase no gerenciamento da entrada de receita”, informou o fundo estatal.
O fundo também relatou que iniciou uma busca internacional por um novo diretor-executivo, e o atual ocupante do cargo, Ahmad Jauhari Yahya, permaneceria no posto até julho de 2015. A estatal informou ainda que as novas injeções de capital na Malaysia Airlines estarão diretamente ligadas ao cumprimento de metas de performance da empresa.
“O sucesso não está, de nenhuma forma, garantido”, dizia o comunicado da Khazanah.
ELIMINANDO DESPESAS E VOOS
Mesmo antes das tragédias de março e julho, a Malaysia Airlines já estava sendo deixada para trás por algumas de suas rivais como a Singapore Airlines. A aérea não fecha um ano com lucro desde 2010 e, na quinta-feira, revelou perdas cada vez maiores, alertando para a possibilidade de elas crescerem ainda mais com a fuga de passageiros para outras empresas depois dos desastres.
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O secretário-executivo do maior sindicato de trabalhadores da Malaysia Airlines, Jabbarullah Kadir, não quis comentar os planos de reestruturação, alegando que a união ainda não tinha chegado a uma posição a respeito.
O fundo estatal disse que pretende reduzir a alavancagem de dívidas da empresa dos atuais 290% para 100%.
Contudo, a estatal não deu detalhes sobre os planos para reduzir os voos da empresa, mas informou que vários destinos europeus serão revisados.


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