CÃMARA REJEITA REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL PARA CRIMES GRAVES: SAIBA COMO VOTARAM OS PARAIBANOS.....
A Câmara dos Deputados
rejeitou, nessa terça-feira (30), a Proposta de Emenda à Constituição
(PEC) 171/93, que trata da redução da maioridade penal.
O texto sugeria que
idade penal fosse reduzida de 18 para 16 anos no caso de prática de
crimes hediondos, como estupro, latrocínio; homicídio qualificado e
lesão corporal grave, lesão corporal grave seguida de morte e roubo
agravado (quando há sequestro ou participação de dois ou mais
criminosos, entre outras circunstâncias).
Foram 303 votos
favoráveis, 184 contra e 3 abstenções. Para ser aprovado o texto da PEC
precisava de, no mínimo, o voto de 308 deputados. Veja, mais abaixo,
como votaram os parlamentares paraibanos.
Como o texto rejeitado
era um substitutivo, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
disse que o plenário deverá fazer nova votação para deliberar sobre a
proposta original que diminui a maioridade penal para todos os crimes.
“Iremos deliberar no colégio de líderes a deliberação”, disse.
Dos 11 deputados
federais paraibanos presentes, apenas dois foram contra a redução da
maioridade penal: Damião Feliciano (PDT) e Luiz Couto (PT). Efraim Filho
(DEM), Hugo Mota (PMDB), Manoel Júnior (PMDB), Veneziano Vital do Rêgo
(PMDB), Wellington Roberto (PR), Rômulo Gouveia (PSD), Pedro Cunha Lima
(PSDB), Wilson Filho (PTB) e Benjamin Maranhão (Solidariedade) tiveram
votos favoráveis à PEC. Aguinaldo Ribeiro (PP) não estava no Plenário.
Confira tabela completa com a votação de todos os deputados federais do país.
Argumentos
Em uma sessão marcada
por um plenário dividido, mais de 20 deputados se revezaram na tribuna
para defender e argumentar contra o relatório do deputado Laerte Bessa
(PR-DF) aprovado no último dia 17, por 21 votos a seis na comissão
especial destinada a analisar o tema.
O líder do PMDB,
Leonardo Picciani (RJ), disse que a maioria da bancada votaria a favor.
“Nós somos favoráveis porque ele propõe a redução para os crimes
hediondos, graves e sobretudo os crimes contra a vida”.
Mesma posição foi tomada
pelo deputado Moroni Torgan (DEM-CE) que defendeu a redução sob o
argumento de que a medida vai acabar com a sensação de impunidade.
“Queremos acabar com a impunidade para esses adolescentes que cometem
crimes graves e que praticamente não são punidos como se deve",
defendeu.
Contrário à redução, o
líder do PROS, Domingos Neto (CE), argumentou que a sociedade quer o fim
da impunidade, mas que muitos parlamentares também se colocam a favor
para dar uma resposta a opinião pública. “A nossa bancada é contra este
modelo de redução que se estende a alguns setores da sociedade pois é
discriminatório. Temos que firmar o compromisso de modernizar o Estatuto
da Criança e do Adolescente [ECA]”, disse. “A opinião pública condenou
Jesus Cristo e absolveu Barrabás”, complementou o vice-líder do governo,
Sílvio Costa (PSC-PE).
Mudanças no ECA
O governo se posicionou
contra a redução e defendeu como alternativa a alteração no Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA) para aumentar o tempo de internação para
os adolescentes que cometerem crimes graves, além de mudanças na
legislação para endurecer as penas para quem aliciar adolescentes para a
prática de crimes. “Não podemos agir emocionalmente, mas também não
podemos deixar de dar uma resposta para a sociedade. E o governo está
propondo essa mudança”, afirmou Guimarães.
Protestos
Após a divulgação do
resultado, os manifestantes contrários à redução comemoraram e cantaram o
Hino Nacional. Desde a manhã eles promoveram atos contra a PEC. Os
protestos contra a aprovação da proposta reuniram integrantes de
organizações estudantis, centrais sindicais e movimentos sociais
contrários a redução da maioridade penal. Em frente ao Congresso
Nacional, o gramado foi ocupado por manifestantes com faixas e cartazes
em um ato contra a PEC.
Da Agência Brasil
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