GOVERNO DO ESPÍRITO SANTO ANUNCIA O FIM DA GREVE DE POLICIAIS:SABA MAIS ....
Publicado dia 11/02/2017 às 10h10min
O principal ponto do acordo é o compromisso firmado pelo governo de não punir os policiais que voltarem às ruas a partir das 7h deste sábado
O governo do Espírito Santo anunciou
na noite desta sexta-feira o fechamento de um acordo com entidades
representativas dos policiais e bombeiros que tentará pôr fim ao
movimento iniciado há uma semana e que tirou os policiais militares das
ruas do estado. Quatro associações assinaram o documento, junto com
secretários estaduais.
A grande incógnita para o efetivo fim da
greve é como se comportarão as mulheres de policiais que bloqueiam as
saídas dos batalhões da Polícia Militar impedindo a saída das viaturas –
como militares não podem, por lei, fazer greve, essa foi a saída
adotada pela categoria para uma “greve branca”, como definiu a Justiça,
que declarou o movimento ilegal.
As mulheres não foram chamadas à
reunião. A expectativa é saber se o acordo firmado pelas entidades será
respeitado por elas, já que ele não inclui nenhum reajuste salarial,
principal ponto do movimento – os policiais pediam 43% de aumento. O
governo abre a possibilidade de isso acontecer a partir de maio, quando
irá avaliar os resultados financeiros do primeiro quadrimestre do ano.
O principal ponto do acordo é o
compromisso firmado pelo governo de não punir os policiais que voltarem
às ruas a partir das 7h deste sábado. A ata do acordo não deixa claro se
os 703 policiais indiciados como líderes do movimento também terão
anistia. O governo também se compromete a retirar todas as ações
judiciais contra as entidades de classe.
Outras medidas acertadas no acordo são a
formação de uma comissão para, em 60 dias, apresentar um relatório
sobre a carga de trabalho dos policiais e a elaboração de um cronograma
para concretização das promoções previstas em lei e que não tenham sido
efetivadas.
O movimento, iniciado no sábado, dia 4,
gerou uma crise na segurança pública do estado, com ao menos 121 mortes
violentas em uma semana – a média de assassinatos no ano passado foi de
3,20 por dia -, saques em lojas, adiamento da volta às aulas (prevista
para segunda-feira), interrupções do transporte coletivo e postos de
saúde e outras repartições públicas fechados ou com atendimento
restrito.
O caso preocupou o governo federal, que
enviou 3.000 militares e homens da Força Nacional de Segurança para
patrulhar as ruas do estado e passou a monitorar outras unidades da
federação – especialmente o vizinho Rio de Janeiro – para evitar que o
efeito do movimento se alastrasse pelo país.
Nesta sexta-feira, o presidente Michel
Temer classificou o movimento de “inaceitável”, disse que o povo não
pode ser feito refém e pediu a imediata volta ao trabalho.